
Ana Teresa Santos
Carta à minha Dona Maria
Atualizado: 15 de jan. de 2020
Fiz a minha Licenciatura em Comunicação Social em Leiria.
Por depender de mim desde muito cedo, estar longe de casa e ter uma bolsa de estudo de 138€ mensais, encontrei um plano B), a minha Dona Maria.
Naquele sitio, onde servíamos “pratinhos "de boa comida e muita animação a 3.50€, aos estudantes que lá passavam, aprendi muito mais do que as regras de bem receber.
Aqueles dois anos foram um autêntico trabalho em equipa. Eu dei-lhe em alegria, o que ela me retribuía em saber... e tanto que ganhei naquele tempo! tanto que aprendi com aquele tão grande Ser.
Sabem porque lhe escrevo? Porque é em vida que as pessoas se homenageiam, quando estão bem, felizes e entre nós.
A Dona Maria foi das melhores pessoas que conheci em toda a minha vida. Tem, talvez, idade para ser minha avó e trata-me com o carinho de uma filha. Sempre que existia um novo Hit na rádio? Era com ela que eu o dançava, mesmo que o joelho lhe falhasse ou o coração não estivesse nos seus dias.
Vai ser sempre das partes mais importantes da minha formação e nunca lhe conseguirei retribuir toda a amizade e o carinho que me deu e me dá.
Festeja cada vitória como se fosse dela, e liga-me vezes sem conta, mesmo que saiba que eu, na grande maioria, não consigo atender.
Choramos sempre que falamos ao telemóvel, porque temos realmente saudades uma da outra e sofreu a perda da minha mãe como se de um familiar dela se tratasse.
Aquela senhora é amor e se o amor não é a coisa mais importante da vida, não sei o que é.
Não sei onde é que a vida me irá levar, mas sei que a minha Dona Maria será sempre o sitio onde eu quererei regressar, porque será sempre uma casa feliz para ficar, será sempre o meu sitio feliz para voltar.